segunda-feira, 26 de julho de 2010

Praticar sexo pode ajudar a controlar a hipertensão?

     Embora eu não tenha encontrado nenhum artigo científico que comprove a relação entre esses dois elementos, encontrei uma reportagem publicada na revista "ÉPOCA", que, de forma inusitada, responde à essa pergunta.


     Em uma reportagem de capa, que diz: "O Ministério da Sáude recomenda: Faça Sexo", esta revista relatou um acontecimento ocorrido no lançamento da campanha nacional de combate à hipertensão no dia 3 de maio de 2010 em Brasília, as consequências de tal fato e entrevistas com diversos casais que comprovam o tema da reportagem.
     Bom, vamos ao que interessa. A matéria começa com uma frase totalmente inesperada do ministro da Saúde, José Gomes Temporão, que dizia: "Dançar faz bem para reduzir a hipertensão. E fazer sexo também. Além de cinco porções diárias de frutas, legumes e verduras, transar cinco vezes por dia." Porém, titubeou com essa última declaração e logo se corrigiu: "Não, isso não me parece razoável. Por semana, seria melhor." Apesar do clima de humor criado por Temporão, o evento tratava de um assunto muito sério e ao longo da discussão comprovou-se, de certa forma, a importância da relação sexual para a saúde, inlcusive quando o assunto é hipertensão.
    


     A parte mais interessante da reportagem é a que diz que pesquisas científicas, embora incompletas, e observações de médicos sugerem que o sexo afeta positivamente uma grande variedade de funções do organismo, como: a melhoria da pele, o combate ao estresse e a redução da sensibilidade à dor. E, diante de vários casos entre casais do mundo inteiro, um, em especial me chamou atenção, por se tratar de um casal de São Paulo, Gino e Celina, que faz sexo três vezes por semana contra a hipertensão dele.
     Ainda falando do casal citado acima, Gino, de 48 anos, diz ter comprovado a eficácia desse "método", pois sofre de hipertensão desde os 37 e assim que recebeu o diagnóstico largou o cigarro, tirou o sal da comida, aderiu à prática de exercícios e mesmo assim teve que utilizar anti-hipertensivos. Há cinco anos sua pressão está controlada , oscilando entre 12 por 8 (o normal) e 13 por 9 (pré-hipertensão) devido aos exercícios de corrida e musculação, mas Gino está convencido de que sua melhor atividade é o sexo, que deixa o casal relaxado e controla o estresse em ambos.
     O cardiologista Nabil Ghorayeb, chefe do Departamento de Cardiologia do Esporte do Hospital Dante Pazzanese, em São Paulo, deixou a mensagem para o casal e claro, para todos os leitores da revista: "Sexo alivia o estresse e reduz a pressão arterial, por isso faz bem ao coração. Mas só sexo não adianta." E ainda afirma que um hipertenso que toma remédio controlado pode praticar sexo sem medo, caso contrário, a pressão arterial de um homem de 50 anos, com sobrepeso e hipertensão sem tratamento, pode chegar a 26 por 11 durante a relação sexual.   
     No entanto, é visível a preocupação da reportagem com relação à comprovações científicas altamente embasadas que tratam do sexo e de sua influência na saúde das pessoas. Sendo assim, a revista deixa bem claro que já existiram diversas pesquisas tanto no Brasil quanto nos Estados Unidos que comprovaram os benefícios ocorridos na vida de casais que têm uma vida sexual ativa. Porém, não é possível afirmar que a relação sexual seja a causa de tudo isso, deixando um dilema que diz mais ou menos assim: pessoas com menos problemas de saúde é que fazem mais sexo, ou pessoas que fazem mais sexo possuem menos problemas de saúde? Eis a questão...
     E então, qual seria a conclusão de toda essa polêmica? Segundo a revista "Época", estimular o sexo seguro é um bom recurso para conter o avanço da hipertensão, tendo em vista levantamentos do Ministério da Saúde, o número de adultos que receberam diagnóstico de hipertensão subiu de 21,5%, em 2006 para 24,4%, em 2009. As principais causas da doença são o consumo excessivo de sal (mais de 6 gramas por dia), o sobrepeso, o estresse, o tabagismo, a ingestão de álcool, o diabetes e o histórico familiar. A hipertensão se sobressaiu, sendo responsável por 80% dos casos de derrame, 40% dos infartos, 40% dos casos de insuficiência cardíaca e 37% das insuficiências renais. E, além de não apresentar sinal, a hipertensão precisa de um tratamento contínuo, o qual é um problema cultural para os brasileiros, que tem o péssimo hábito de abandonar o tratamento quando a pressão volta ao normal. Portanto, a abordagem da doença pelo lado do sexo, que é uma terapia prazerosa e menos intrusiva, pode conquistar a atenção dos doentes. Pelo menos, é o que esperamos. 
      
     Abaixo estão algumas curiosidades "bioquímicas" trazidas pela revista, que explicam "como o sexo mexe com seu corpo":


  • As glândulas suprarrenais que ficam sobre os rins, liberam adrenalina no sangue e isso aumenta a frequência cardíaca e estimula a circulação;
  • Quando a pessoa fica excitada, as células dos genitais liberam óxido nítrico, o que favorece a dilatação dos vasos sanguíneos e aumenta o fluxo de sangue;
  • Nesse ciclo o cérebro libera endorfina (hormônio capaz de aliviar a dor) e oxitocina (que fortalece o vínculo afetivo) e após o orgasmo libera serotonina (responsável pelo bem-estar).





Referência Bibliográfica: Revista Época; Maio de 2010, Editora Globo.

Postado por: Larissa Figueiredo

Um comentário:

  1. essas informações me deixaram mais aliviado pois, tem sido muito difícil a situação aqui em casa. desde quando minha mulher descobriu problema de pressão alta.

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