quarta-feira, 21 de julho de 2010

Estado nutricional alterado e sua influência no quadro de hipertensão.

    
      Encontrei mais uma pesquisa relacionada à hipertensão. Ela trata da influência de um estado nutricional alterado no perfil lipídico e nos hábitos de vida de uma população de 131 idosos hipertensos. Para tal pesquisa, foram realizados entrevistas, avaliações bioquímicas e antropométricas. 
     Com os dados recolhidos, chegou-se a conclusão que 74,8% dos entrevistados eram sedentários e14,7% e 11,8% foi a frequência de sobrepeso em homens e mulheres, respectivamente. Na análise da Relação Cintura-Quadril, observou-se que 76,3% das mulheres e 26,5% dos homens apresentavam valores acima do recomendado. Para Cincunferência da Cintura, 95,9% das mulheres e 26,5% dos homens mostraram risco elevado. A circunferência abdominal de 95,9% das mulheres e 38,2% dos homens apresentou valores indicativos de risco.




     Cabe lembrar que em todo mundo a população idosa vem aumentando e à medida que a população envelhece, o risco de Hipertensão Arterial Sistêmica (HAS) também aumenta consideravelmente. Fatores como o aumento das taxas de sobrepeso associadas às alterações dos estilos de vida e ao envelhecimento da população estão associados com o aumento da incidência de HAS e também de outras patologias, como a Diabetes Mellitus tipo 2.
      A relação entre o aumento da índice de portares de HAS com o envelhecimento faz mais sentido quando levamos em conta que com o passar da idade, o organismo fica sujeito a alterações funcionais e anatômicas, como o aumento do percentual de gordura corporal com o acúmulo de gordura principalmente na região abdominal, diminuição da elasticidade e do tecido muscular e também perda de água corporal.
     A referida pesquisa objetivou verificar a frequência de obesidade central e generalizada e sua associação com o perfil lipídico e hábitos de vida em um grupo de idosos hipertensos cadastrados no sistema HiperDia, atendidos na unidade do SMS do Município de Campina Grande, no Estado da Paraíba. Este programa é a principal estratégia do Ministério da Saúde para combater a epidemia de HAS e Diabetes Mellitus. Ele permite o monitoramento e a dispensação e também distribuição de medicamentos a todos os pacientes cadastrados.
     Entre os dados recolhidos na pesquisa estavam àqueles relativos às avaliações bioquímicas do perfil lipídico e glicemia realizados por um profissional farmacêutico bioquímico.
     Em relação à patologia apresentada, 73,4% dos pacientes eram exclusivamente hipertensos, 26,5% deles eram diabéticos e hipertensos e nenhum deles era só diabético.
     Também observou-se ao analisar os hábitos de vida que apesar das baixas frequências de tabagismo (5,3%) e etilismo (1,5%), a população estudada era em sua maioria sendentária (75,8%), acima da média nacional (71,3%).
     Levando em consideração que o sedentarismo é um fator de risco cardiovascular mesmo quando não relacionado a alterações no estado nutricional, demonstrou-se um risco adicional em toda a população exposta. Já em relação ao estado nutricional em si, verificou-se que 57,5% dos idosos apresentavam sobrepeso e obesidade.
    Com os resultados encontrados, fortaleceu-se a hipótese de que, com o envelhecimento, algumas doenças características da fase, como a HAS, são potencializadas na presença de obesidade e péssimos hábitos de vida, como o sedentarismo.
     Demonstrou-se então a importância da combinação do exame de perfil lipídico com a avaliação antropométrica, pois sua associação melhora a estratificação de risco cardiovascular futuro. Isso pode ser comprovado pelo fato de muitos indivíduos apresentarem valores adequados de colesterol total, mas mesmo assim estavam em risco devido ao padrão central de distribuição de gordura corporal.
    Os pesquisadores recomendam, por fim, que sejam implantados programas de orientação nutricional e de prática de atividade física supervisionadas.



 



Referências: "Marcadores de risco cardiovascular bioquímicos e antropométricos em idosos hipertensos e predominantemente saudáveis, sedentários e praticantes de atividade física." Disponível em: bdtd.bczm.ufrn.br/tedesimplificado/tde_arquivos/23/TDE-2009-12-14T074156Z-2354/Publico/AsdrubalNMN.pdf. Acessado em 21 de julho de 2010.




Postado por: Luciana Missagia.

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