quinta-feira, 12 de agosto de 2010

E o olho com isso?

    
     A hipertensão arterial sistêmica pode acometer os olhos. Mas como?
     A princípio, cabe lembrar que os olhos são formados por um conjunto de estruturas transparentes (córnea, humor aquoso, humor vítreo e lente) e caracteriza-se por ser o único órgão no corpo humano capaz de permitir uma observação direta da microvascularidade. No fundo do olho, observa-se o leito vascular, constituído de vasos de pequeno calibre (arteríolas e vênulas), envolvidos na resistência vascular periférica, observada na hipertensão arterial sistêmica (HAS). Essa doença é capaz de causar, no olho, diversas alterações, como a coroidopatia, retinopatia (na retina) e neuropatia hipertensiva (na papila óptica), com consequente baixa acuidade visual.
     Um exame oftalmoscópio das alterações vasculares permite diagnosticar precocemente as alterações e encaminhar o paciente ao tratamento.
     Os vasos podem ser vistos com auxílio de um oftalmoscópio, portanto a fundoscopia permite ao clínico fazer observações a respeito das pequenas veias e artérias. Esse exame permite a avaliação das alterações detectáveis e a distinção entre os diversos graus da hipertensão arterial (HA).
     As alterações do fundo do olho na HA podem ser classificadas como angiopatia retiniana, retinopatia e neurorretionopatia. HAs leves ou moderadas podem não causar danos aos olhos ou, quando muito, é possível observar um pequeno estreitamento nas artérias retinianas. Contudo, a com a persistência do processo, pode haver isquemia ou até mesmo necrose muscular e subsequênte dilatação vascular com extravasamento do plasma.
     As modificações causadas na vigência da HA dependem dos seguintes fatores:
  1. elasticidade e resistência dos vasos (geralmente relacionados com a faixa etária);
  2. gravidade da HA (indepentende do tempo de ocorrência);
  3. duração da HA.
     Dois processos simultâneos e distintos podem modificar os vasos retinianos do paciente hipertenso, afinal as alterações vasculares observadas na HA podem ser classificadas como arterioscleróticas (ocorrem, de forma geral, de maneira lenta e gradual, ao longo dos anos) e hipertensivas (modificações mais agudas).
     As alterações hipertensivas em particular referem-se às alterações funcionais. São elas:
  • Estreitamento arteriolares
  • Manchas brancas algodonosas
                                                            
  • Hemorragias


  • Edema de papila


     O oftamologista pode, portanto, detectar sinais iniciais da HA e encaminhar o paciente a um cardiologista ou à clínica médica, onde encontrará mais recursos para o tratamento da doença. É importante que pacientes com HA realizem o exame de fundo de olho no momento do diagnóstico da doença seguido de exames anuais, para que a retinopatia hipertensiva seja evitada, controlada ou até mesmo para que seja recuparado parte do dano. Manter exercícios físicos e uma alimentação adequada podem evitar ou controlar melhor a doença.
     É também importante lembrar que o paciente só perceberá alteração na visão quando a retina estiver comprometida, momento a partir do qual torna-se mais difícil de controlar a perda da visão. Então, em caso de hipertensão arterial, dirija-se imediatamente para um oftamologista e a outros médicos especializados na doença, para que o tratamento seja o mais completo e adequado possível.


Postado por: Luciana Missagia.






Referências: "Retinopatia Hipertensiva" Disponível em: departamentos.cardiol.br/dha/revista/8-3/retinopatia.pdf
"Retinopatia Hipertensiva: revisão" Disponível em: abonet.com.br/abo/654/atc65402.htm
"Retinopatia Hipertensiva" Disponível em: .clinicabelfort.com.br/pt/sua-saude/doencas/retinopatia-hipertensiva/

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