Como já se sabe, inúmeros são os motivos que podem levar a um quadro hipertensivo, inclusive o estresse. Vale lembrar que essa reação do nosso organismo, que surge como resposta a algo que nos amedronta, aflige, incomoda, é natural e necessária, porém, quando as exigências e tensões são muito intensas, o estresse pode ser prejudicial. Portanto, não existe problema com o estresse e si, e sim na forma como lidamos com ele.
Alimentação inadequada, rotina desgastaste, sobrecarga no trabalho, física ou emocional são causas frequentes de estresse. Contudo, cada indivíduo apresentará uma resposta diferenciada, já que tratam-se de organismos distintos. Ele pode acarretar insônia, cansaço físico e mental, problemas sexuais, perda de apetite ou até mesmo obesidade. Ou seja, é necessário controlá-lo, tendo em vista que ele afeta a saúde. Um dos problemas de saúde é justamente a hipertensão arterial, cuja relação com estresse será analisada em seguida.
Esse processo psicológico pode acarretar a diminuição da fração HDL-colesterol e um aumento de LDL-colesterol, o que sugere um aumento da probabilidade de se adquirir doenças cardiovasculares (DAC). O estresse, por estimular o sistema nervoso simpático, afeta também a pressão arterial, fazendo com que haja um auemento da frequência cardíaca e da força contrátil dos batimentos cardíacos, assim como da resistência periférica, aumentando, portanto, o risco de DAC. Uma importante observação é que, no aparelho circulatório, o estresse e o frio são capazes de provocar um aumento da atividade simpática, levando a liberação de adrenalina e promovendo, desta forma, taquicardia e vasoconstrição.
“O estresse libera substâncias endógenas (produzidas pelo próprio organismo) chamadas catecolaminas, que promovem a elevação da frequência cardíaca e, em paralelo, o aumento no tônus (resistência) vascular, levando a um incremento na pressão arterial”, explica Firmino Haag, cardiologista do Hospital e Maternidade São Luiz, em São Paulo. Cabe lembrar que entre as catecolaminas mais comuns está a adrenalina.
A figura acima mostra a resposta da pressão arterial sistólica, pressão arterial diastólica e freqüência cardíaca ao teste de estresse mental.
Cardiologistas se interessam cada vez mais pelo estresse. Isso se justifica porque essa reação do organismo pode levar a um aumento dos níveis de glicose, da obesidade e da hipertensão arterial, fatores que podem ocasionar a redução da perfusão miocárdica, aumento do consumo miocárdico de oxigênio e da instabilidade elétrica cardíaca, precipitando arritmias cardíacas e infarto agudo do miocárdio.
"A análise laboratorial da resposta pressórica ao estresse mental vem ganhando espaço no arsenal propedêutico da hipertensãoarterial e pode ser uma importante ferramenta para a avaliaçãoprognóstica desta doença, principalmente naqueles pacientescom história familiar positiva, enquanto nos pacientes hipertensos a hiper-reatividade ao estresse mental pode sinalizar a necessidade de um ajuste medicamentoso."
O estresse mental crônico tem-se mostrado um importante fator na gênese da hipertensão arterial, principalmente entre homens de baixo nível socioeconômico submetidos a trabalho com pouco poder de decisão. De qualquer forma, vale à pena ficar de olho!
Postado por: Luciana Missagia.
Referências:"Prevalência de fatores de risco de doença arterial coronária em funcionários de hospital universitário e sua correlação com estresse psicológico". Disponível em: scielo.br/scielo.php?pid=S1676-24442004000400006&script=sci_arttext. Acessado em: 26 de agosto, 2010
"Estresse mental e hipertensão arterial sistêmica". Disponíve em:
departamentos.cardiol.br/dha/revista/14-2/08-estresse.pdf. Acessado em: 26 de agosto, 2010.
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